terça-feira, 3 de setembro de 2013

Atalaia


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Atalaia
        (Paulo do Eirado - Carlos Moreno)




Atalaia – A cidade e o mar
Paraguaia – se ti copiar
Himalaia – se te edificar
Atalaia – A cidade e o mar

Atalaia – pra ver e amar.
Minha praia – meu melhor lugar
A tocaia – do sol, do luar
Atalaia – pra ver e amar.

Ooooôh Atalaia
A cidade e o mar
Ooooôh Atalaia
Pra ver e amar

Atalaia – pra vida passar
Bela saia – e seu balançar
Jiquitaia – a ti temperar
Atalaia – pra vida passar

Atalaia – onde hei de ficar
Mandaçaia – pra nos adoçar
A jandaia – e o céu pra voar
Atalaia – onde hei de ficar

Ooooôh Atalaia
A cidade e o mar
Ooooôh Atalaia
Pra ver e amar

Atalaia – eterno raiar
A catraia – pra ti navegar
A cambraia – e o fio no tear
Atalaia – eterno raiar

Atalaia – pra eternizar
Samambaia – pra esverdear
Papagaia – pra arremedar
Atalaia – pra eternizar

Ooooôh Atalaia
A cidade e o mar
Ooooôh Atalaia
Pra ver e amar

terça-feira, 19 de junho de 2012

O fole me disse sim

O fole me disse sim.
            (Carlos Moreno / Paulo do Eirado)


Amarrei um bilhetinho
Ao foguete de festim
Fiz pedido a São João                    Refrão
Quero um amor pra mim
Roguei ao dono da festa
A resposta eu quero sim!

Mil madeixas no arraiá
Mas só vi Cida de trança
Lembrando do bilhetinho
Convidei-a pra uma dança
O fole me disse sim
E São João deu a fiança.

Um beijo, logo roubei
Fumaça, licor e poeira
Todos os fogos do céu
Dois corações sem porteira
O fole me disse sim
E São João pôs a fogueira.

Que venham milhões de junhos
Não largo Cida jamais
Ohh! xote santificado
Traduza o céu para os mortais
O fole me disse sim

 E São João deu os sinais

Sertão Brasil




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Sertão Brasil
             (Carlos Moreno / Paulo do Eirado)


Como a casa é bem pequena
Assim parece estar cheia
Vivemos em harmonia
Onde ninguém se aperreia
A fachada é azul e verde
Pra uns tão bonita
Pra outros tão feia

Apesar da minha idade
Eu já fiz muito biscate
Trabalhei como vaqueiro
Já plantei jiló, tomate
Pro mode ter na moral
O mais importante
E elevado quilate

Do que gosto digo agora
E nem paro pra pensar
Farinha, reza e morena
Milho, forró e namorar
Preferência te suplico
Por favor
Não me peça pra apontar

Com a memória tão ativa
Não deixei nada escapar
Vi o Capiberibe junto ao
Beberibe formar o mar
E das idas e vindas ao Funrural
Pra tentar
De uma vez me aposentar

Na minha terra onde o sol
Deixa o chão todo rachado
Asa branca vai pro céu
Caatinga lá cai no machado
E o homem vive com alegria
Onde se dança
O baião e o xaxado

Como cresce o sertanejo
Pela seca castigado
Vendo sua criação morrer
Com o fim por todo lado
Só lhe resta olhar pro céu
E humildemente
pedir pra ser poupado

Da terrível privação
Ganha-se uma fibra de aço
A palavra tem valor
A fé dirige seu passo
Esperança que alimenta
Vida triste
Vencida pelo braço

Os brasileiro sim deviam
Meu sertão vir conhecer
Onde a malandragem caia
O caráter ia crescer
A coragem aumentaria
Ai que Brasil
nós íamos ter

terça-feira, 12 de junho de 2012

Vá com Deus


Vá com Deus
          (Carlos Moreno / Paulo do Eirado)

Agora chega .....................
Vá com Deus .................... refrão
Já fomos nós ....................
Só somos Eus ..................

Fui feliz e acreditei
Com meu coração de sim
Fomos música e dança
Uma só natureza
Quilo e balança.

Eu que não quis ver nem ouvir
Senti e percebi no seu olhar
Um recado na forma de lança
Matando um cupido
Matando a esperança

Entre nós surgiu um beco
Nem sei se tinha saída
Abalada a confiança
Palavra vira ruído
E presença vira herança.

De tão próprio
Meu caminho não cabe
Tempestade nem bonança
Sigo só, esse é o tempo
Duma alma de andança.

Geometria Sertaneja


Geometria Sertaneja
               (Carlos Moreno - Paulo do Eirado)


Mais um plano foi traçado
cortado por retas churdas.
Pro Polígono das Secas,
certa esfera cria ajudas,
paralelas nos efeitos
do Triângulo das Bermudas.

Basta ter linha de crédito
e um círculo lá que mente,
feito uma maré secante,
dinheiro saí na tangente,
some no raio de Brasília
nem vem pro lado da gente.

Tem centros alienantes
no setor da imprensa
que dão corda pra pensar,
essa linha é tão extensa
que o nordeste vira um ponto,
em face a verba tão imensa.

Olhando por outro ângulo,
qualquer área do sertão
com perímetro irrigado,
tem volume de produção,
que nos livra do Pentágono
em branca revolução.

Numa divisão congruente,
nós trabalhamos à altura.
Basta de lona e trapézio,
pois sertanejo é figura,
rija que nem um triângulo
na base duma estrutura.

Que se lhe torne poesia





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Que se lhe torne poesia
(Carlos Moreno / Paulo do Eirado)

Caído por uma paixão
Marota
Já chorei ultima
Gota
Regando poemas que
Fazia

E hoje
Conto os passos dessa dança
No caminho da esperança
Que se lhe torne poesia

Traído por uma paixão
Garota
Já sangrei ultima
Gota
Irrigando poemas
Dizia

Ferido
Por tão venenosa lança
Imortal é a esperança
Que se lhe torne poesia

Papel branco e uma BIC
Tão azul quanto fria
Pois ser poeta
É viver a utopia
De que um simples traço
Se lhe torne poesia

E hoje
Conto os passos dessa dança
No caminho da esperança
Que se lhe torne poesia

Papel branco e uma BIC
Tão azul quanto fria
Pois ser poeta
É viver a utopia
De que um pobre traço
Se lhe torne poesia

Ferido
Por tão venenosa lança
Imortal é a esperança
Que se lhe torne poesia

Soneto das prisões

Soneto das prisões
                  (Paulo do Eirado) 

Pense sobre a justiça, hoje de um apenado
O cárcere frio, o ferro hostil, a carne tangível
Tributado porvir, o tempo conversível
livre no espaço seu sentir desamarrado.

Inversamente é a dor do poeta apaixonado
Quando este imenso amor soa mudo, inaudível
E a imagem dela vem, sendo a sua invisível
Liberdade então voou, coração aprisionado.

Para que finde o horror neste caso primeiro
A boa conduta faz o preso merece-la
E a alma voa livre qual pégaso mensageiro.

Para o poeta cativo, olhe-a na sua estrela
A esfinge tombará ao verso mais certeiro
pura chama do amor, liberdade de tê-la.